quarta-feira, 11 de maio de 2011

Transplante de quixotescas migalhas



Em minhas veias escorre você
Num movimento alucinante em que meu sangue se confunde com o suor do seu rosto
E a falta de seus olhos me é a anemia de uma vida.
Meu coração grita seu nome e bate tambores invocando sua presença.
Dou-me porque dói ver seus instantes atordoados na tontura do medo.
Torturo-me ao perceber que na transfusão de mim não curo seus sentimentos.
A lágrima insiste em querer dar-se ao chão, mas o narcísico reflexo da desesperança me faz ser a sua lagrima silenciosa.
O segredo, o secreto, o silêncio, o cárcere sagrado que é amar-te no escuro.
Enfrento os moinhos ao pensar que a saliva da minha boca pudesse curar o silencio de seu sofrimento.
Recolho as migalhas do sou com medos dos pombos famintos e as entrego a você em inaudíveis comprimidos de amor.
Deixo o perfume do dia, o pôr-do-sol das tardes claras, as nuvens dos dias frios, os diálogos das noites curtas encherem seu contingente,
Enquanto sou o conteúdo desesperado, o amor dos poetas lúcidos, o arlequim-palhaço que quer somente o seu sorriso.
E se ri, estou contigo; se choras estou contigo e se ampulheta maldita insiste em querer separar-nos te dou minha alma pra levares contigo. (Leonardo Frossard)

Nenhum comentário:

Postar um comentário