quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mas, o que significa existir?

Mas, o que significa existir? O que significa precisamente a afirmativa "eu existo"? Será a existência a coisa primordial a partir do qual as outras coisas adquirem sentido - o fato da existência dos outros, da existência do mundo, da existência de Deus? Motivado por questionamentos internos e apreços a psicologia e a filosofia, iniciei uma varredura pelos meus escritos e textos de alguns autores que me são sempre referencia, também com a indicação de um grande amigo da Teoria Psicossocial do Desenvolvimento de Erik Erikson. Tentar me entender como Ego, ID e SuperEgo, levou-me a percorrer caminhos escuros e outros que preferi mantê-los sempre às escuras. Sinto perfeitamente em mim as ‘Náuseas’ de Sartre e uma angustia existencial calcada pelo ser-no-mundo e para-o-mundo de Heidegger. Se me submeto ao ID, torno-me imoral e destrutivo; se me submeto ao SuperEgo enlouqueço de desespero, por uma insatisfação insuportável, se não me submeto a realidade do mundo ele me destrói. Então meu Ego existe pela angustia de existir? Uma vez que tenho de conformar-me ao principio de prazer (sem limites) e ao principio de realidade (com limites). Então a liberdade e angústia se unem na existência? Eu livre, em minha vida, posso optar e escolher. Mas não há opção sem angústia, pois quando escolho rejeito as outras coisas sem ter certeza de que a escolha foi a melhor ou será bem acertada. Toda escolha é um "salto no escuro". Mas minhas escolhas então são feita inconsequentemente? Acredito que baseadas numa ‘verdade’. Não uma verdade abstrata ou formal. Uma verdade vital, a minha verdade, verdade pela qual eu quero viver e morrer e existir supõe compromisso e risco. Ninguém é ele mesmo sem antes querer sê-lo em sua liberdade. Daí a angústia porque ninguém pode fugir a este sentimento que acompanha toda escolha. Angústia é desespero. E o homem só sai do desespero quando orientando-se para si próprio, querendo ser ele próprio, o eu mergulha, através de sua própria transparência, até o poder que o criou. E Deus não pode estar numa realidade transcendente, mas em mim. Logo, sou mais íntimo de Deus do que de mim mesmo. (Leonardo Frossard)

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