A ampulheta anuncia seu fim
Num voo a passada repousa ao relento
E das lagrimas aprisionadas no tempo
Brilham o diamante de olhos em festa
A borboleta liberta de sua crisálida e voa na anciã da luz
Estrela-menina-dourada inatingível
Sua força se esvai
A busca se extingue,
Ternamente
Fatalmente
Bruscamente
Seu voo se perde um vão
Num paradoxo de caminhos e castas voltas impossíveis
Incapaz de fartar-me do pranto insigne dum sorriso escancarado
Na face ocular de sonhos inalterados
E gosto amargo de ilusões quixotescas intocáveis
Numa sublime aurora anunciada no ponteiro de relógios embebecidos de nostalgias
O dia vestisse de noite numa lucida loucura outorgada na carne infectada
Ataram-me as mãos escravas dum desejo insolúvel
Sinto seu calor e não posso tocar-te
Ao menos deixar teu cheiro injetar-me sano e deliberadamente
No músculo cardíaco de uma alma improvisada
Onde a bússola inconstante reconhece seu cardeal
Afetante-afetado ponto iluminado e fértil
De sutilezas sutis e invisíveis a desavisados
Num instante tudo para
Ao vislumbre único no céu de Celta
Um eclipse escuro de um nós inacabado e frágil demais.
Leonardo Frossard
Nenhum comentário:
Postar um comentário